segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Momentos Cinegéticos

Boas amigos,

Apesar de o mar ter dado excelentes condições na passada semana, à minha pessoa os robalos é "uma cena que não me assiste". Tenho insistido bastante, contudo não tenho tido a "sorte" de dar com eles. Parece que eu vou para um lado e eles seguem o caminho oposto eheheheh Mas uma coisa é certa, que enquanto puder e o mar deixar lá irei eu sempre de boa disposição tentar a minha sorte.
 
E na falta de peixes compridos, há também a possibilidade de ir tentar uns lances cinegéticos. Este fim de semana correu "maravilhásticamente" bem... O resultado do fim de semana foram duas lebres, uma perdiz e uma codorniz.
 
No sábado fui tentar a minha sorte com os amigos da Longueira. Ficou decido irmos para as encostas adjacentes ao Rio Mira, nas Gomes-Anes. O terreno é difícil... Encostas ingremes, mato denso embora recentemente tenha algumas áreas mais limpas devido ao corte do pinheiro. O dia era chuvoso, nunca parou de chover, embora que fosse com uma intensidade baixa as "pingas" eram bem gradas. Cedo demos com as perdizes mas também nunca mais se avistaram. Um pouco mais à frente, onde íamos três companheiros juntos para passar ao portão o Manuel diz que ali era um sitio jeitoso para estar uma lebre... E segundos depois ai vai ela à frente do cão (setter) do meu avô sem nunca dar hipótese de realizar qualquer tiro por força da segurança do animal. Esta ficou por lá para mais tarde dar uma alegria a outro companheiro. Mais a frente são avistadas e atiradas as perdizes sem existir quaisquer cobranças. Eu, por força do rumo que tomava ia caçando mais acima dos restantes companheiros. Ia caçando por entre estevas e sobreiros novos. Os cães andavam no rasto de algo... Até que, furtivamente, ai vinha uma lebre... Certamente que pressentiu os cães andarem no seu encalço e veio para trás, para fugir aos animais. Á passagem do aceiro, tiro certeiro, embora atrasado, nas traseiras do bicho. Parti-lhe as duas patas de trás! Animal cobrado pelo meu fiel amigo de seu no Isaac de MirAlgarve. Ainda avistei as perdizes novamente, mas estas foram para uma zona que não era para ser caçada desta vez! Ficam para a próxima. Já era tarde e estava na hora de regressar aos carros.
 
No domingo foi dia de voltar à ZCA de onde sou associado. Terrenos completamente diferentes de onde estava habituado a caçar. A planície alentejana é completamente diferente da maioria das zonas do Concelho de Odemira, onde a serra prevalece. O dia estava fantástico. Fresco e sem chuva. Nesta jornada apenas me acompanhou o meu Iro (Isaac de MirAlgarve). Começa-mos a caçar num projecto de sobreiros, recentemente debastados. Havia por lá uns coelhos, tendencialmente amalhados debaixo da lenha caída. Avistaram-se alguns, morreram poucos. A minha parte consegui cobrar uma perdiz que vinha levantada à frente dos meus companheiros. Um bonito tiro e uma excelente cobrança do Iro... Mais tarde, já numa zona aberta, de pastoreio, uma paragem do Iro. Ficou imóvel. Pensei que devido ao pasto existente, denso e alto, que seria provavelmente uma codorniz. E não me enganei. Animal levantado e ao segundo tiro lá consegui acertar no pássaro. Prontamente o Iro correu ao local onde a codorniz caiu e efectuou o cobro da peça de caça, trazendo-a junto de mim. Mais tarde, num outro local, misturado entre uma lavoira recente e um pasto velho, salta-me uma lebre. A velhaca estava bem amassada. Apenas se levantou pois estava a repreender o Iro por estar um pouco longe de mim. Ao segundo tiro, acerto-lhe e prontamente o Iro ocorre ao local cobrando a peça de caça abatida trazendo-a até mim. Até aqui estava a correr às mil maravilhas. Cinco peças atiradas ( duas perdizes, uma lebre um coelho e uma codorniz) três cobradas. Mais tarde, num projecto de sobreiros, onde há um efectivo de perdizes acima da média, correu quase tudo mal. Quase tudo porque apesar das cinco perdizes que errei como um verdadeiro "podão", ninguém se aleijou e isso prevalece sobre tudo. Deu para tudo, alguns mataram, todos atiraram e muitos, como eu, erraram a caça levantada.
 
Até breve companheiros,
 
Bons lances a todos, e lembrem-se que a segurança está em primeiro lugar

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Abertura à geral

Caros companheiros,
 
Este ano a abertura às nossas amigas teve lugar no sábado dia 3 de Outubro. O tempo era quente, o terreno estava seco, áspero como alguns de nós dizem... Ainda assim saímos com os nossos amigos para tentar a nossa sorte. O resultado foi mau para os caçadores, apenas uma única perdiz cobrada. Avistámos bem muitas mas para quem sabe o que significa caçar na serra, podem imaginar o que se terá passado. As velhacas ouviam-nos a milhas, levantando bem longe! Avistámos 3 bandos, cerca de 50 perdizes e apenas um companheiro foi feliz. Encontrou uma sozinha que conseguiu engana-la.

Dia 10 de Outubro

Fui acompanhar os amigos da zona litoral alentejana. Tentámos a nossa sorte com as lebres e quiçá tentar umas perdizitas. Ambas as espécies conseguiram furtar-se à nossa arte e aos nossos fiéis amigos. Pelo meio da charneca vi um breton com 4 meses a cobrar duas codornizes de forma magnifica para a sua idade. Aquele fiel amigo de 4 patas vai ter um futuro risonho, felicidade a do seu dono. O tempo estava instável. Ora vinha a chuva miudinha, ora estava um clima perfeito para esta prática. Mais tarde, choveu mesmo a sério! Deu para molhar bem o pelo. Contudo, o caçador é persistente. Os meus dois amigos, iro e faísca, proporcionaram-me lances fantásticos. Fizeram cerca de oito paragens de alto gabarito. Deu gosto ver os animais. Se há caça onde o nosso fiel amigo é rei e senhor esta é uma delas. Apenas posso descrever esta jornada como fantástica.


Dia 11 de Outubro


Foi dia de abertura na ZCA da Cabeça da Serra. Dia de estreia das novas instalações. A azáfama habitual do dia da abertura... Documentos, pequeno almoço em grande (como é hábito nosso). As boas vindas a novos associados e lá vamos nós em direcção ao campo. Desta vez calhou-me as portas. Tendo em conta o que tinha visto nos dias em que ia lá deixar comida e água pensei que iria ser um verdadeiro festival de tiros. Mas mais uma vez elas foram mais espertas que nós furtando-se aos canos das nossas espingardas. Ainda assim consegui uma bela perdiz, que me proporcionou um lindo lance, digno desta espécie com um tiro certeiro, "de bico".

Ainda avistei uma lebre, mas era apenas ao alcance de uma carabina.

Acabada a caçada, fomos ao almoço... Leitão! Bem bom que estava.

Findo o almoço o regresso a casa, com a esperança de dia 25 regressar para mais uma jornada, que independentemente do resultado numérico, seja recheada de boa disposição e amizade.

Meus amigos,

Um bem haja a todos e votos de bons lances cinegéticos.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Deserto de relatos

Boas caros Amigos,

Conforme o titulo indica, tenho atravessado um verdadeiro deserto de relatos. Digo relatos porque de aventuras não. As investidas ao spinning têm sido algumas embora não tenha sequer uma escama que se safasse para relatar... Já as aventuras cinegéticas, apesar do deserto literário, tem havido algumas saídas ainda que não haja relatos documentados nem fotográficos.
Deixo-vos uma pequena gota das ultimas aventuras...

 

Lua do mês de Setembro

Durante o mês de Setembro matutei na minha cabeça 1001 estratégias para tentar enganar uns porquitos que andavam passeando "indevidamente" por esses montes e corgos. Montei cevadoiros, tratei-os como verdadeiros lordes, onde a comida servida era de alto gabarito, elaborada pelo Mestre Alfredo (Sr. meu avô), onde a ementa era baseada no tão adorado milho (que ficava de molho 2 a 3 dias). Em pleno período de lua, após ensinamentos de diversos colegas de profissão, montei a minha estratégia final. No primeiro dia eram 09:15 quando entraram os primeiros porcos. Andaram mais de meia hora à minha frente, sempre desconfiados, até que por impulso lá acendi a minha lente, pensando eu, que eles estavam mais perto. Enganei-me e eles lá seguiram a sua vida. Dias mais tarde, cheguei ainda de dia, com estratégia diferente (pretendia esperar os animais na sua passagem), ouvi-os assim que cheguei... Faziam, lá bem longe, um verdadeiro cagaçal a descer pelo meio do mato. Passaram por mim já de noite, fazendo barulho na vedação e não mais deram rumor de sua vida. Dois dias depois, pensei... Hoje não me lixam, vou ainda com o sol bem alto. Combinei com o meu eterno parceiro destas aventuras, o meu avô, abalar ainda antes das 19 horas. Chegados ao local, o meu avô ficou no sitio por ele escolhido e eu fui para o meu... Como ainda estava a espera de uns companheiros, resolvi ir ver se os animais tinham passado lá na noite anterior. Quando lá cheguei à referida passagem dos chamados "trinca-bolotas" começo a ouvir um barulho esquisito, no fundo da vaga de onde nunca esperava ouvir tal barulho. Pensei por momentos estar a confundir com um barulho distante de uns postes de alta tensão... Mais afincadamente confirmei o que pensava que era... Os animais já ai vinham... Eram 19:10, marcadas no meu relógio. Ai vinham eles, em plena luz do dia, devagarinho subindo o corgo pelo meio da vaga. Eram 3 porquitos. Pelo caminho que levavam pensei: hoje tenho que arranjar um petisco para a malta. Embora sabendo que o tiro era um pouco longe para os meus olhos, resolvi atirar na mesma. 1º tiro errado. Eles fogem e ai vou eu no meu jogging do final de tarde, atrás de uma suicida que veio para o meu lado, serro abaixo até que por força da minha preparação física (onde tive que descansar mais de meia hora depois desta corrida) lá consegui o dito petisco. Voltei para cima, com o leitãozinho às costas, então e não é que quase a chegar ao carro, não vinha um belo de um animal, quiçá o tio-avô do que trazia às costas passeando calmamente pelo aceiro com o seu guarda-vigia bem mais pequeno? O sacana ouviu-me, fugiu e parou bem no bico do serro (para eu vê-lo bem e admirar o seu porte magnifico) e depois ficou com a história para contar aos seus amigos de que um verdadeiro marteleiro o tinha feito ouvir um barulho esquisito... Enfim!

Até ao final do período de lua cheia, ainda houve uma noite em que a lua "era como um sol", tal não era a claridade que se via... Combinei com o pessoal, tu ficas aqui eu acolá que eles vêm daqui e assim nós conseguimos vê-los ao bem feito, como se costuma dizer! 20:30 e não faltaram ao encontro, apenas faltaram ao local... Passaram um pouco mais abaixo, não nos dando qualquer hipótese d'os mirar! Aguentámos mais um pouco... Eram cerca das 22:30 quando começo a ouvir  já bem perto aquele barulho que nos faz tremer as mãos e fazer com que o nosso coração queira fugir do peito a 1000 Km/h... Ora que os ouvia por dentro de um matinho onde era percetível os seus passos por cima das folhas secas... Ora os ouvi ligeiramente mais distantes... E eu a pensar: "o meu companheiro já os ouviu, já está de arma em punho a espera que eles assomem do mato... " Eu, com a minha preguiça, estava deitado, imóvel, à espera de ver aquele vulto característico de um animal de belo porte... Quando... Oiço um barulho ligeiro e rodei levemente a cabeça para a direita para me tentar aperceber do que era... Eram eles, que se aperceberam da minha presença e abalaram todos chateados por não os deixar estar tranquilos! Mais uma noite que foi da caça!
No ultimo dia da lua ainda compareceram, os mesmos três animais, no mesmo sitio... Mas o destino foi o mesmo. Vim para casa, de mãos a abanar de animais, mas de histórias... Foram 10 noites onde histórias ficarão para sempre marcadas na minha memória!
 
Infelizmente não há imagens fotográficas. Quem sabe se de uma próxima não haverá repórter fotográfico.

Um bem haja amigos,