terça-feira, 13 de outubro de 2015

Deserto de relatos

Boas caros Amigos,

Conforme o titulo indica, tenho atravessado um verdadeiro deserto de relatos. Digo relatos porque de aventuras não. As investidas ao spinning têm sido algumas embora não tenha sequer uma escama que se safasse para relatar... Já as aventuras cinegéticas, apesar do deserto literário, tem havido algumas saídas ainda que não haja relatos documentados nem fotográficos.
Deixo-vos uma pequena gota das ultimas aventuras...

 

Lua do mês de Setembro

Durante o mês de Setembro matutei na minha cabeça 1001 estratégias para tentar enganar uns porquitos que andavam passeando "indevidamente" por esses montes e corgos. Montei cevadoiros, tratei-os como verdadeiros lordes, onde a comida servida era de alto gabarito, elaborada pelo Mestre Alfredo (Sr. meu avô), onde a ementa era baseada no tão adorado milho (que ficava de molho 2 a 3 dias). Em pleno período de lua, após ensinamentos de diversos colegas de profissão, montei a minha estratégia final. No primeiro dia eram 09:15 quando entraram os primeiros porcos. Andaram mais de meia hora à minha frente, sempre desconfiados, até que por impulso lá acendi a minha lente, pensando eu, que eles estavam mais perto. Enganei-me e eles lá seguiram a sua vida. Dias mais tarde, cheguei ainda de dia, com estratégia diferente (pretendia esperar os animais na sua passagem), ouvi-os assim que cheguei... Faziam, lá bem longe, um verdadeiro cagaçal a descer pelo meio do mato. Passaram por mim já de noite, fazendo barulho na vedação e não mais deram rumor de sua vida. Dois dias depois, pensei... Hoje não me lixam, vou ainda com o sol bem alto. Combinei com o meu eterno parceiro destas aventuras, o meu avô, abalar ainda antes das 19 horas. Chegados ao local, o meu avô ficou no sitio por ele escolhido e eu fui para o meu... Como ainda estava a espera de uns companheiros, resolvi ir ver se os animais tinham passado lá na noite anterior. Quando lá cheguei à referida passagem dos chamados "trinca-bolotas" começo a ouvir um barulho esquisito, no fundo da vaga de onde nunca esperava ouvir tal barulho. Pensei por momentos estar a confundir com um barulho distante de uns postes de alta tensão... Mais afincadamente confirmei o que pensava que era... Os animais já ai vinham... Eram 19:10, marcadas no meu relógio. Ai vinham eles, em plena luz do dia, devagarinho subindo o corgo pelo meio da vaga. Eram 3 porquitos. Pelo caminho que levavam pensei: hoje tenho que arranjar um petisco para a malta. Embora sabendo que o tiro era um pouco longe para os meus olhos, resolvi atirar na mesma. 1º tiro errado. Eles fogem e ai vou eu no meu jogging do final de tarde, atrás de uma suicida que veio para o meu lado, serro abaixo até que por força da minha preparação física (onde tive que descansar mais de meia hora depois desta corrida) lá consegui o dito petisco. Voltei para cima, com o leitãozinho às costas, então e não é que quase a chegar ao carro, não vinha um belo de um animal, quiçá o tio-avô do que trazia às costas passeando calmamente pelo aceiro com o seu guarda-vigia bem mais pequeno? O sacana ouviu-me, fugiu e parou bem no bico do serro (para eu vê-lo bem e admirar o seu porte magnifico) e depois ficou com a história para contar aos seus amigos de que um verdadeiro marteleiro o tinha feito ouvir um barulho esquisito... Enfim!

Até ao final do período de lua cheia, ainda houve uma noite em que a lua "era como um sol", tal não era a claridade que se via... Combinei com o pessoal, tu ficas aqui eu acolá que eles vêm daqui e assim nós conseguimos vê-los ao bem feito, como se costuma dizer! 20:30 e não faltaram ao encontro, apenas faltaram ao local... Passaram um pouco mais abaixo, não nos dando qualquer hipótese d'os mirar! Aguentámos mais um pouco... Eram cerca das 22:30 quando começo a ouvir  já bem perto aquele barulho que nos faz tremer as mãos e fazer com que o nosso coração queira fugir do peito a 1000 Km/h... Ora que os ouvia por dentro de um matinho onde era percetível os seus passos por cima das folhas secas... Ora os ouvi ligeiramente mais distantes... E eu a pensar: "o meu companheiro já os ouviu, já está de arma em punho a espera que eles assomem do mato... " Eu, com a minha preguiça, estava deitado, imóvel, à espera de ver aquele vulto característico de um animal de belo porte... Quando... Oiço um barulho ligeiro e rodei levemente a cabeça para a direita para me tentar aperceber do que era... Eram eles, que se aperceberam da minha presença e abalaram todos chateados por não os deixar estar tranquilos! Mais uma noite que foi da caça!
No ultimo dia da lua ainda compareceram, os mesmos três animais, no mesmo sitio... Mas o destino foi o mesmo. Vim para casa, de mãos a abanar de animais, mas de histórias... Foram 10 noites onde histórias ficarão para sempre marcadas na minha memória!
 
Infelizmente não há imagens fotográficas. Quem sabe se de uma próxima não haverá repórter fotográfico.

Um bem haja amigos,

 

1 comentário:

  1. Boas Luís,
    Pois em relação aos amigos robalos, espero que para breve haja melhores novidades... :)
    Em relação as essas histórias, serão momentos que ficarão sempre na tua memória, guardados com muito carinho!

    Forte Abraço e aperta com eles

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